Bancárias e bancários do Santander se mobilizam contra a irresponsabilidade do banco, que coloca o lucro acima da saúde e da vida dos funcionários. Além disso, o Santander contribui para o agravamento da crise ao demitir trabalhadores, em várias regiões do Brasil, mesmo após se comprometer a não realizar demissões durante a pandemia da Covid-19.
Nesta semana, os trabalhadores já mostraram sua indignação utilizando a hashtag #SantanderRespeiteOBrasil nas redes sociais. O objetivo é alertar a sociedade para a falta de responsabilidade social do banco em um dos momentos mais graves da história do país.
“Estamos em luta contra os abusos cometidos pelo Santander. Principalmente durante a pandemia, o banco tem que agir com responsabilidade e respeitar funcionárias e funcionários que sempre se esforçaram pelos bons resultados. Nossa mobilização é pela saúde e pela vida dos trabalhadores, pelo emprego e para que seja cumprido o que foi acordado em nossas negociações. Exigimos que o Santander respeite o Brasil e os brasileiros”, afirmou Davidson Siqueira, diretor do Sindicato.
Demissões
No dia 9 de junho, uma matéria publicada pelo portal UOL informava que “O Santander Brasil começou a demitir funcionários em um processo que pode cortar 20% do quadro de trabalhadores do banco”.
Embora o Santander tenha soltado comunicado negando a informação, a matéria revela como fontes “integrantes da alta gestão do banco com a condição de que não tivessem os nomes revelados”.
Demissões já foram registradas desde o dia 5 de junho em algumas cidades brasileiras. Isto contraria o anúncio que o banco fez à imprensa, e que foi confirmado às entidades sindicais, de que não demitiria durante a pandemia. No próprio site do Santander, foi divulgado que não seria promovido “nenhum processo de demissão em todo o território nacional durante o período mais crítico da epidemia de Covid-19”.
Metas abusivas
Também no contexto da pandemia, o Santander havia feito compromisso, junto com outros bancos, de que as metas seriam cobradas com razoabilidade, para garantir segurança e a saúde física e emocional dos bancários. Porém, isto não é o que vem ocorrendo.
Há várias denúncias de trabalhadores sobre cobranças abusivas e pressão por parte de gestores. O Santander inclusive aumentou, em 50%, a meta de capitalização da última semana de maio para a primeira de junho.
Bancários relatam que as cobranças estão crescendo constantemente. Primeiro, foi instituído um plano de “vendas mínimas”, no qual cada gerente deveria fazer ao menos quatro produtos de uma grade composta por nove. Depois, o banco fez um desafio de vendas de 10 produtos até o dia 10 de junho. Em seguida, o banco criou uma ferramenta de “motor de vendas”, na qual o gerente geral tem acesso a quantos produtos o gerente vendeu por dia. Resultado: o desafio agora é de 10 produtos em um dia.
Outro relato grave é sobre a desinfecção das ambulâncias, que passou a ser realizado pela própria equipe do SAMU, que não possui os equipamentos de proteção adequados para a tarefa.