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Se trabalhar é sinônimo de sofrimento é hora de mudar

É preciso criar oportunidades.  

Publicado: 07 Abril, 2009 - 23h00

Escrito por: Eficaz Comunicação

LUCIANA SAMPAIO

DIVULGAÇÃO
Nádia Perini largou a profissão de design gráfico pelo artesanatoNádia Perini largou a profissão de design gráfico pelo artesanatoNádia Perini largou a profissão de design gráfico pelo artesanatoNádia Perini largou a profissão de design gráfico pelo artesanato
 

Quando trabalhar é motivo de sofrimento e lamentação, é hora de mudar, seja de empresa, ramo de atuação ou mesmo de atitude. Afinal, infelicidade, segundo consultores de comportamento, nada mais é do que uma decisão que está nas mãos de cada profissional.

De acordo com a coordenadora do Ibmec Carreiras, Jaqueline Siveira Mascarenhas, quem está infeliz no ambiente de trabalho ou em relação aos rumos que a própria carreira está tomando (ou não está) deve, antes de mais nada, fazer um diagnóstico pessoal para averiguar quais são os pontos que mais incomodam.

Da mesma forma em que o problema pode ser com a chefia, colegas, subordinados ou mesmo com a atividade em si, pode haver alguma situação familiar ou íntima que não foi bem resolvida que está afetando o humor e o desempenho do profissional.

Por outro lado, o descontentamento com o local de trabalho também pode ser explicado pela tradicional ansiedade em alcançar aquela promoção ou aumento de salário tão sonhados. Segundo Jaqueline Mascarenhas, nesse ponto, o problema que aflige o profissional está na observância insistente do projeto de vida/carreira do colega ao lado e na eterna comparação de "por que ele e não eu?", conduta não recomendada e injustificada.

Guinada - Se não há como reverter a situação e reencontrar motivos para continuar na empresa e gerar resultados, o caminho é partir para "outra". "Muitas pessoas ficam à espera do milagre que não vai acontecer porque situação perfeita não existe em nenhum local do mundo, nem em casa. A mudança acontece de dentro para fora", ponderou. Como o mundo é repleto de oportunidades, cabe ao indivíduo se capacitar para experimentar outra atividade que lhe pareça mais interessante.

Fugir do problema ou postergar a solução não resolvem o dilema. Aliás, agravam ainda mais a situação. Segundo Jaqueline Mascarenhas, o profissional deve encontrar os motivos que o fizeram chegar a até aquele ponto.

"Sem dúvida, deve haver momentos felizes, pílulas de felicidade que são acessíveis e geradas por aquela atividade. Por isso, o trabalho deve ser algo valorizado", destacou.

Muitas vezes a pessoa se esquece de que há uma grande distância entre o desejável e o possível. Por isso, os sonhos costumam ganhar proporções imensas. Para a psicóloga, pequenas conquistas no dia-a-dia também devem ser comemoradas porque através delas é que o indivíduo chegará a outras, mais expressivas.

Arriscar - O medo é sempre um fator contrário a qualquer mudança. Afinal, mesmo que tudo seja planejado em detalhes, não há como prever, de fato, o futuro. No entanto, há quem se arrisque para reencontrar o prazer de trabalhar.

Nádia Perini, de 53 anos, atuou com design gráfico durante 20 anos e, após esse período, tornou-se artesã de bolsas e coordenadora do grupo Mercadoras da Arte, uma equipe de 17 mulheres entre 35 e 70 anos que também desenvolvem trabalhos artesanais variados.

Em todas as profissões existem pontos positivos e negativos. No caso do design gráfico, as noites em claro na frente do computador, os prazos mínimos para executar um projeto e o avanço diário da tecnologia se transformaram, com o passar do tempo, em motivo de cansaço. "Primeiro eu procurei o artesanato como um hobby, para relaxar", relembrou.

Só que as "bolsas da Nádia" começaram a fazer sucesso e conciliar o design gráfico com o artesanato ficou impossível. "No design gráfico há muita concorrência, até desleal e, pela minha experiência, eu já não me submetia em ganhar quase nada para "conquistar" um cliente", reconheceu.

Entre as duas paixões ganhou a que, segundo Nádia Perini, lhe rendia melhor qualidade de vida. "Aí eu encarei o artesanato como negócio", apontou.

O resultado dessa mudança não foi de imediato e ainda não terminou. O humor melhorou consideravelmente, de acordo com a própria artesã. Por outro lado, o contato com o grupo de trabalho, para quem antes tinha apenas a companhia do computador, é um verdadeiro presente pela possibilidade de trocar ideias e sugestões com as colegas e dar início a novos relacionamentos.

A vida não é um mar de rosas. Aliás, perfeição não existe, em nenhuma área de atuação. Segundo a artesã, os problemas são menores e mais simples, o que, para ela, significa ter atingido o objetivo inicial de desenvolver uma relação mais sadia com o trabalho.

Fonte: Diário do Comércio