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Sem negociação do governo Zema, servidores do SISEMA seguem em greve geral

Servidores e servidoras do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SISEMA) aprovaram greve geral em 1º de setembro de 2025.

Publicado: 30 Setembro, 2025 - 09h57 | Última modificação: 30 Setembro, 2025 - 10h12

Escrito por: Jhyenne Gomes

Sindsema
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Às vésperas da COP 30, o governador Romeu Zema continua sua metodologia de investir unicamente em propaganda verde, enquanto seu governo desmonta normas e garantias ambientais, e aprofunda a desestruturação das entidades do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SISEMA).

A greve dos servidores do SISEMA tem como pauta a realização de amplo concurso público para recomposição dos quadros da categoria, que já perdeu quase mil servidores desde 2016, com o último concurso tendo sido realizado há 12 anos. Além disso, a categoria de meio ambiente possui os salários mais defasados de todo o funcionalismo público mineiro, com perdas inflacionárias ultrapassando 82%, chegando a um salário-base três vezes menor do que a remuneração praticada para os profissionais de grandes mineradoras, por exemplo.

Em comparação com o cenário nacional, os trabalhadores de Minas Gerais recebem um dos piores salários-base para meio ambiente no país, com as carreiras mineiras de nível superior em meio ambiente recebendo salário-base similar ao praticado nas carreiras de nível médio no órgão ambiental do estado do Mato Grosso.

Os trabalhadores do SISEMA não recebem os adicionais de insalubridade e periculosidade exigidos por lei para as atividades que realizam, além de terem o regular acesso à progressão de carreira por escolaridade adicional constantemente negado pelo governo, e estarem há nove anos aguardando o cumprimento do acordo judicial firmado com a categoria em 2016, que garantiria um novo Plano de Carreiras.

A categoria entregou ao governo uma listagem de dezenove pleitos, a maioria negados pela Administração ao longo dos últimos sete anos sob a justificativa de não haver recursos e impossibilidades legais, mesmo sendo público e notório o aumento significativo do impacto na receita corrente líquida do estado provocado pelas isenções fiscais concedidas pelo governador.

Alegam não haver recursos, no entanto, as taxas, emolumentos e multas recolhidas pelo SISEMA chegam a uma arrecadação de 1.2 bilhões de reais por ano, mesmo com a infraestrutura tão deficitária de suas entidades, e ainda assim, menos de um terço desse recurso retorna como investimento para a estrutura que cuida do meio ambiente, o que é grave, sobretudo, porque essa arrecadação é vinculada à degradação ambiental do território mineiro. Ou seja, a maior parte dos recursos arrecadados a partir da destruição do nosso território se torna custeio para projetos do governo que nada dialogam com a recuperação desses territórios ou com a manutenção da estrutura que controla as atividades e coíbe os crimes socioambientais.

Por isso, desde de 01/09 (segunda-feira), os trabalhadores e trabalhadoras de meio ambiente estão em greve geral por tempo indeterminado em todas as regionais do estado de Minas Gerais.

Conheça as 19 pautas de greve:

Carta aberta ao povo mineiro e aos servidores do SISEMA

No dia 29 de setembro, em um movimento histórico, 49 servidores públicos do meio ambiente que atualmente exercem funções de chefia no Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SISEMA) assinaram um compromisso coletivo de colocar seus cargos à disposição, caso não haja, até o dia 3 de outubro, uma composição efetiva do governador Romeu Zema com a categoria.

*Com informações do SINDSEMA