Sete anos do maior crime ambiental do Brasil
Passados sete anos do crime, nenhum dos 26 acusados foram punidos criminalmente
Publicado: 05 Novembro, 2022 - 18h10
Escrito por: Isis Medeiros | Editado por: Rogério Hilário
15h30 foi a hora. 5 de novembro o dia. 2015 o ano.
Do maior crime ambiental da história do nosso país e um dos maiores do mundo envolvendo mineração. Passados sete anos do crime, nenhum dos 26 acusados foram punidos criminalmente.
Com toda certeza aquele dia desastroso em Mariana mudou completamente a visão de tantas/os de nós em relação à nossa origem, nossas montanhas, a respeito do trem, do minério, do Brasil, de suas injustiças, de nossa gente, nossa cultura, sobre nós…
Muito piorou! Os poderes públicos foram coptados, juízes vendidos, movimentos sociais silenciados, pessoas atingidas perseguidas, enquanto isso, as empresas seguiram operando por cima de corpos arrastados e a justiça brasileira seguiu se omitindo. A história se repetiu 3 anos após em Brumadinho e segue o curso pra repetir outras vezes mais. Deus(se ainda estiver nos ouvindo), que não me ouça!
E nossa gente? Pedindo socorro e padecendo diante de tantos traumas que jamais serão esquecidos! São 7 anos de muito sofrimento e de muita luta! Luta por justiça pelas 20 vidas perdidas e tantas mais que se foram adoecidas, luta pela recuperação de um rio morto, pra se livrar de 44 milhões de toneladas de rejeitos que seguem contaminando 1.551 hectares de terra, 670 km do nosso rio e suas 45 cidades, além da costa marinha do Espírito Santo e Bahia e claro, o sangue do nosso povo. Luta pra continuar vivendo em territórios impossíveis, onde os pés sempre estiveram cravados.
E onde falhamos? Faltou estrutura do sistema judiciário brasileiro para que essas ações fossem realmente prioridade na justiça, já que, infelizmente, são muito graves para toda sociedade. Infelizmente, mesmo dada a gravidade do crime, não houve visibilidade política necessária, para que se criasse uma legislação própria que permitisse o julgamento mais rápido dessas causas. E a consequências estão aí. Existe um risco eminente que o crime da mineração na Bacia do Rio Doce prescreva na justiça até 2024.
Mesmo cansada, sigo carregando em imagens teimosas, mais uma história dura de um país sem memória, que renova a cada ano a injustiça às vítimas desse crime impune e sem fim.
#nãoesqueçamariana