Sindipetro/MG cobra da Petrobras transparência sobre a venda da Regap
A falta de transparência da gerência da refinaria para com a entidade que representa a categoria cria estado de alerta
Publicado: 20 Junho, 2022 - 11h24 | Última modificação: 20 Junho, 2022 - 11h29
Escrito por: Sindipetro/MG | Editado por: Rogério Hilário
Por solicitação do Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro\MG), aconteceu na manhã da última quarta-feira, 15 de junho, uma reunião entre diretores da entidade e a gerência da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim. O objetivo do Sindicato foi cobrar esclarecimentos da empresa sobre o processo de venda da refinaria, diante das informações veiculadas pela mídia. Nos últimos dias, notícias sinalizaram a possibilidade da Regap estar em estágio avançado do processo de venda, com oferta para ser encaminhada e aprovada pelo Conselho de Administração nos próximos meses.
O Sindicato expôs que esse tipo de informação tem inúmeros impactos para a vida dos trabalhadores e trabalhadoras lotados na Regap e pode implicar em consequências que afetam as condições de trabalho e também a vida pessoal. Na reunião, os representantes do Sindipetro|MG deixaram claro para a empresa que qualquer assunto que interfira na vida das trabalhadoras e trabalhadores da Petrobrás deve ser negociado com o Sindicato.
A falta de transparência da gerência da Regap para com a entidade sindical representativa da categoria em um momento tão ímpar cria um estado de alerta. “O Sindicato cobrou da Petrobras respostas sobre esse processo que é preocupante pelos impactos que podem causar em relação ao emprego, a saúde e a segurança da categoria. A gerência local segue com o discurso de que não sabe de nada, enquanto a direção bolsonarista da Petrobras acelera a privatização da empresa de forma obscura, por debaixo dos panos e a preço de banana”, afirma Alexandre Finamori, coordenador geral do Sindipetro\MG.
Para além da luta pela garantia dos direitos e condições de trabalho da categoria, o Sindicato continuará denunciando os impactos da saída da Petrobrás de Minas para a sociedade mineira, que terá que arcar com mais aumentos nos preços dos combustíveis após a privatização, como ocorreu na Bahia.
O Sindipetro\MG tem encaminhado todas as iniciativas para barrar a privatização e mobilizar a categoria por seus direitos. A diretoria do Sindicato tem ouvido as preocupações dos trabalhadores da base nas diversas reuniões setorizadas, ocorridas nos últimos dias, e constatado que a categoria está disposta a lutar contra o desmonte promovido pela Petrobrás, principalmente na Regap, e pela garantia de condições de trabalho dignas.
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Articulação no Congresso Nacional
O deputado federal por Minas Gerais, Rogério Correia (PT), protocolou requerimento que solicita à Câmara dos Deputados a realização de Audiência Pública na Comissão de Legislação Participativa para discutir a ameaça de privatização da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim. O deputado também solicitou explicações quanto à presença ostensiva do Exército Brasileiro no interior da refinaria, nos dias 7 e 8 de junho.
Na sexta-feira (10), o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) esteve reunido com a diretoria do Sindipetro/MG. Na oportunidade, o sindicato denunciou o processo de venda iminente da Regap e a grave situação de presença de militares fortemente armados na refinaria. O deputado, que é membro da Frente Parlamentar Mista em defesa da Petrobrás no Congresso Nacional, também se comprometeu a ajudar na articulação com o poder público e órgãos fiscalizadores.
Em requerimento protocolado no dia 14 de junho, na Câmara dos Deputados, Rogério Correia expressa preocupação com a saída da Petrobrás de Minas Gerais e os impactos da venda da Regap para cidades como Betim e para o estado como um todo.
“A inclusão da Regap no plano de desinvestimento e privatizações do atual governo está na contramão da construção de um projeto soberano de desenvolvimento econômico e social. A consequência imediata mais provável será a criação de um monopólio privado regional com prática de preços abusivos”, destaca o parlamentar na justificativa do documento.
Informações sobre data e local da audiência pública serão repassadas à categoria petroleira tão logo seja marcada. O Sindipetro/MG segue mobilizando a sua base, assim como os movimentos sindicais e sociais parceiros.