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Sintraf JF  conquista reintegração de bancários demitidos indevidamente no Santander

Bancários tinham histórico de adoecimento psíquico e estabilidade

Publicado: 10 Setembro, 2020 - 11h43

Escrito por: Sintraf-JF

Sintraf-JF
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Em meio à pandemia, os bancos intensificam suas práticas abusivas e continuam submetendo os trabalhadores a injustiças. O Santander não só ameaçou sair da mesa de negociação durante a Campanha Nacional dos Bancários 2020, encerrada nesta segunda (31 de agosto), como procedeu demissões em massa em todo o Brasil. Situação denunciada pelas entidades sindicais e vivenciada de perto pelo Sindicato dos Bancários da Zona da Mata e Sul de Minas (Sintraf JF), que nos últimos dois meses acompanha quatro bancários demitidos sumariamente. 

Um dos trabalhadores relata a angústia do momento: "Estava em isolamento social desde abril, tendo o último período sido prorrogado até 31 de julho. Contudo, em 23 de julho, por telefone, fui demitido em meio à pandemia.". 

Em comum, além do desrespeito do banco, esses funcionários apresentavam histórico de adoecimento psíquico, em decorrência da política torturante de cumprimento de metas. Além disso, dois deles, ainda contavam com estabilidade por serem dirigentes de cooperativa.

Dessas quatros demissões, em julho, o Sintraf JF já havia conquistado uma reintegração, como relata a matéria publicada em nosso site. Esta semana, mais dois bancários comemoram a conquista das reintegrações. 

A advogada credenciada ao sindicato e que defende os bancários, Dra. Cláudia Vieira, fala sobre os processos: "Os Juízos da 1ª e 2ª Vara do Trabalho de Juiz de Fora já deferiram  tutelas provisórias de urgência, determinando a imediata nulidade das demissões, bem como a reintegração aos quadros funcionais do banco, sob pena de multa diária já aplicada.". Dra. Cláudia afirma que o Banco Santander tem ciência de todas as liminares já deferidas, e complementa: "A partir de agora a discussão judicial continua, mas, com os bancários reintegrados formalmente e de forma provisória, aguardando o julgamento de mérito. Recebendo todos os seus benefícios, como se na ativa estivessem, muito embora continuam afastados, pois aguardam perícias previdenciárias.".

A diretora de Saúde e Condições de Trabalho do Sintraf JF, Taiomara Neto de Paula, acompanhou os bancários do Santander em todo o processo orientando com relação ao adoecimento, tratamento e aos direitos. Ela reforça a importância do trabalhador manter toda a documentação do histórico do adoecimento atualizado, como laudos médicos, receitas e exames quando for o caso. "Infelizmente somos uma categoria com o índice de adoecimento muito elevado, e muitas vezes os médicos orientam o afastamento, mas o medo prevalece e muitos não se afastam para cuidarem da saúde. Os bancos, com suas políticas de cobranças abusivas, adoecem, não reconhecem o adoecimento da categoria e ainda por cima demitem o bancário adoecido. Por isso a necessidade de comprovar o histórico do adoecimento e o acompanhamento médico.".

Os dois bancários que conquistaram as tutelas antecipadas seguem em tratamento de saúde agora com mais tranquilidade por terem seus direitos respaldados judicialmente e destacam o papel crucial do sindicato e da assessoria jurídica da advogada credenciada: "O sindicato sempre esteve presente, bem como seus diretores, acompanhando e orientando-me em todo o desgastante momento. Fui acompanhado juridicamente pela Dra. Cláudia Vieira Campos, também responsável pelo sucesso de nossas conquistas.". E: "Muitas vezes não temos conhecimento da parte jurídica, e recorremos às orientações dos advogados e do sindicato. Eu só tenho agradecer pelo apoio e carinho de todos nesse momento de desespero. O Sindicato foi muito importante pra mim e para a minha conquista.".

A vice-presidenta do Sintraf JF que também acompanhou os casos, Lívia Terra, frisa a atuação da entidade frente a esse tipo de desrespeito: "Sempre conquistamos reintegrações e combatemos as injustiças que os bancos cometem demitindo bancários com a saúde comprometida devido ao trabalho, e/ou com estabilidade por serem dirigentes de cooperativas e sindicais. Sempre tivemos um bom trabalho no sentido de corrigir as injustiças dos bancos. O Santander mesmo durante a pandemia vem demitindo, pessoas que não poderiam demitir, de forma completamente desrespeitosa, trabalhadores que contribuíram muito com o banco, prestes a se aposentar.". Ela finaliza enfatizando que o sindicato nunca foi e não será conivente com essa prática.