Bancárias e bancários vão às ruas contra metas abusivas e por mais saúde
Categoria realiza em todo país manifestações e outras atividades para denunciar o assédio e a pressão realizada pelos bancos na cobrança abusiva pelo cumprimento de metas
Publicado: 10 Abril, 2023 - 12h56 | Última modificação: 11 Abril, 2023 - 16h51
Escrito por: Sindicato dos Bancários de BH e Região e Sintraf JF | Editado por: Rogério Hilário
O movimento sindical bancário lançou nesta terça-feira (11) a Campanha Nacional de Saúde da Contraf-CUT "Menos Metas, Mais Saúde". Bancários de todo o país realizam manifestações e outras atividades para denunciar o assédio e a pressão realizada pelos bancos na cobrança abusiva pelo cumprimento de metas.
O Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e Região promoveu ato, nesta terça-feira, 11 de abril, na Praça Sete, Região Central da capital mineira, como marco do lançamento da campanha “Menos Metas, Mais Saúde”. A iniciativa da Contraf-CUT visa cobrar responsabilidade dos bancos e um ambiente de trabalho sem assédio, pressões e metas abusivas que adoecem a categoria bancária.
Os transtornos psicológicos e as LER/Dort são alguns dos velhos problemas conhecidos e a responsabilidade é da gestão dos bancos, focada no individualismo. As estatísticas são assustadoras: apesar de compor 1% do emprego formal no Brasil, a categoria bancária representa 24% dos afastamentos acidentários por doenças mentais e comportamentais.
Além disso, quando há necessidade de afastamento, o INSS cria inúmeros empecilhos para acesso aos direitos. Por isso, o movimento sindical bancário pede que órgão cumpra o seu papel legal de proteção à saúde da trabalhadora e do trabalhador.
“Fomos às ruas contra as metas inatingíveis, as pressões por produtividade e o assédio moral, que são os maiores responsáveis pelo adoecimento das bancárias e dos bancários. Aproveitamos também a oportunidade para entregar uma carta à Superintendência do INSS cobrando melhoria no atendimento aos trabalhadores que necessitam se afastar. Queremos menos metas e mais saúde nos bancos”, afirmou Luciana Duarte, diretor de saúde do Sindicato.
Em Juiz de Fora, diretores do Sindicato dos Bancários da Zona da Mata e Sul de Minas (Sintraf-JF) percorreram o centro da cidade e agências centrais distribuindo material informativo e fazendo falas de denúncia que expõem a realidade assustadora dos bancárias e bancários à população.
A campanha terá duração de seis meses e busca evidenciar esse cenário crescente de adoecimento físico e mental enfrentado pela categoria e que preocupa o movimento sindical. Ao longo dos meses outras atividades serão programadas.
Ação nas redes sociais
Paralelamente às atividades de rua, os bancários também realizaram um tuitaço das 11h às 12h desta terça-feira, com a hashtag: #MenosMetasMaisSaúde. Outros posts e materiais como vídeos e cards também serão publicados durante a campanha.
Violação dos direitos
A manhã do último dia 5, quarta-feira, foi marcada por diversas manifestações em agências do Centro de Juiz de Fora. Representantes da diretoria Sintraf-JF foram às ruas para denunciar violações dos direitos dos trabalhadores.
A motivação central das manifestações no Itaú e Bradesco foram o fechamento de agências e as demissões, além é claro, de outros abusos decorrentes da sobrecarga de trabalho que os bancários vêm vivenciando.
Na cidade, o Bradesco persiste em transformar unidades em agências de negócios e fechará mais uma agência localizada no centro.
No Santander os dirigentes também manifestaram contra demissões injustas que o sindicato apurou. O banco insiste na prática de demitir trabalhadores com histórico de adoecimento.
Já na agência do Banco do Brasil, o ato escancarou uma situação inaceitável: o assédio moral. Trabalhadores denunciaram ao sindicato práticas abusivas e desrespeitosas por parte da gerência. A diretoria apura o caso e reafirma que não haverá tolerância! "O assédio adoece os bancários diariamente e precisa ser combatido fortemente", declara a direção da entidade.
Os diretores colaram cartazes nas agências e fizeram falas para que a população tome conhecimento de que, mesmo com alta lucratividade, os bancos desrespeitam seus funcionários.