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Técnico-administrativos da UFMG mantêm greve sanitária pelo menos até 7 de março

Publicado: 24 Fevereiro, 2022 - 17h32

Escrito por: Sindifes | Editado por: Rogério Hilário

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Os Técnico-Administrativos em Educação da UFMG, em Greve Sanitária, desde o dia 26 de janeiro, discutiram o relatório técnico sobre as condições de retorno às atividades presenciais e o levantamento das condições de trabalho (feito pela Categoria) e deliberaram que no dia 7 de março realizarão Assembleia Sindical de Greve para discutirem a suspensão ou não do movimento paradista.

A Categoria avaliou o Relatório sobre o Levantamento das Condições de Trabalho e Fatores de Risco dos TAE na UFMG durante a Pandemia de COVID-19, documento construído com base no formulário, de mesmo nome, produzido pelo Comando de Greve e disponibilizado para que trabalhadores e trabalhadoras relatassem as condições encontradas no retorno às atividades presenciais. 

Ao todo, foram 330 relatos que serviram de base para a compreensão geral dos ambientes de trabalho na UFMG. Entre os problemas mais encontrados estão a falta de barreiras físicas para o atendimento (43,64%), ventilação precária ou inexistente (36,06%), espaçamento inferior a 2m entre as estações de trabalho (33,64%), falta de EPI (32,12%) e limpeza precária (30,30%).  

Estas demandas foram sistematizadas em um relatório informando que será encaminhado para a Reitoria da UFMG e discutido na mesa de negociações. Clique aqui para acessar o relatório do Comando de Greve.

Também foi avaliado e discutido o “Parecer: Acompanhamento da pandemia de COVID-19 em Minas Gerais através de modelos epidemiológicos do tipo SEIR (Susceptíveis – Expostos – Infectados – Recuperados): Impactos do retorno das atividades presenciais da UFMG e CEFET” feito pelo pesquisador Lucas Ferrante. O estudo foi contratado em parceria com o SINDCEFET-MG e com a APUBH.

Ferrante é formado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL), mestre em Biologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), doutorando em Biologia também no INPA. Durante a pandemia de COVID19 tem coordenado um grupo multidisciplinar envolvendo pesquisadores do INPA, UFAM, UFMG e UFSJ que tem avaliado o risco pandêmico de vários municípios do Brasil. Tem atuado como revisor de periódicos científicos como The Lancet, The Lancet Infectious Diseases, The Lancet Regional Health, Nature Communications, Scientific Reports, PLOS ONE, Cadernos de Saúde Pública, Journal of Racial and Ethnic Health Disparities e outros.

O Estudo recomendou, além do fortalecimento dos protocolos de segurança os seguintes encaminhamentos:

  1. Adiamento do retorno presencial de servidores e alunos até o início do mês de março.
  2. Que o número de indivíduos por sala de aula ou ambiente, seja limitado a dez pessoas, medida considerada a mais eficiente para frear a transmissão comunitária do vírus SARS-CoV-212.
  3. 3. Que sejam disponibilizadas máscaras com padrão de eficiência comprovadas para a proteção contra o coronavírus, tanto para alunos como servidores e funcionários terceirizados, sendo os modelos recomendados PFF2 e N95.
  4. Que o passaporte vacinal seja apresentado como exigência obrigatória para qualquer indivíduo (aluno, funcionário ou visitante), uma vez que, contrariar estas medidas coloca os demais indivíduos do ambiente em risco.
  5. Que se estabeleça a suspensão de uma turma ou setor, após a confirmação (mediante testagem) de três indivíduos (alunos ou servidores) positivados em um período menor ou equivalente a 10 dias. Período compatível para se estabelecer que as transmissões podem ter a mesma fonte, dado o tempo de incubação da variante Ômicron (média de 3 dias)15 e sincronologia dos indivíduos positivados.

Clique aqui para acessar o parecer sobre os Impactos do retorno das atividades presenciais da UFMG e CEFET

Após ampla discussão a Categoria deliberou:

  • O Parecer sobre os Impactos do retorno das atividades presenciais da UFMG e CEFET, feito pelo pesquisador Lucas Ferrante, e o Relatório do Levantamento dos Locais de Trabalho, feito pelo Comando de Greve, devem ser enviados para a PRORH;
  • Será enviado também para a Reitoria uma pauta com pontos específicos e com as condições mínimas, a serem negociadas, para que ocorra o retorno ao trabalho presencial;
  • Nova Assembleia Sindical de Greve no dia 7 de março para avaliar a conjuntura e discutir a suspensão ou não da greve.

Plenária da FASUBRA discutirá se a Greve Nacional Unificada sairá mesmo em Março

A próxima Plenária da FASUBRA será nos dias 4 e 5 de Março virtualmente. Entre os pontos de pauta da atividade, destacam-se o adiamento do CONFASUBRA e a Greve Nacional Unificada dos Servidores Públicos Federais. A deflagração da Greve estava marcarda para o dia 9 de março, porém, algumas entidades pediram a discussão para nova data, sugerindo os dias 23 ou 30 de março. 

A Categoria discutiu os assuntos e deliberou que os delegados que representaram a base do SINDIFES devem defender o adiamento do CONFASUBRA e a prorrogação do mandato da direção, uma vez que a pandemia inviabilizou as condições do evento e a proximidade do período eleitoral dificulta a mobilização para o congresso. Na análise de conjuntura a maioria defendeu que a Federação deve trabalhar para:

  • derrotar o governo Bolsonaro;
  • apoia a candidatura do ex-presidente Lula, que neste momento converge as forças dos partidos de esquerda e centro-esquerda e tem condições reais de superar Bolsonaro.

Em relação à Greve Nacional Unificada, a Categoria entende que o dia 9 de março deve ser mantido, mesmo com a possibilidade de outras Categorias não aderirem ao movimento paredista, porém, a deflagração só deve ser feita com a adesão do Setor da Educação Federal, evitando assim, que a Categoria fique isolada em uma greve.