Trabalhadoras e trabalhadores denunciam riscos da privatização da Cemig
Sindieletro-MG lidera frente ampla em defesa da maior estatal mineira
Publicado: 10 Janeiro, 2019 - 16h53
Escrito por: Rosana Maria Zica - Sindieletro-MG
Frente à ameaça de venda da Cemig pelo governo de Minas Gerais, Sindicato dos Eletricitários de Minas Gerais (Sindieletro-MG) lidera a formação de uma frente ampla em defesa da maior estatal mineira.
O Estado detém 50,98% das ações ordinárias da Cemig e não é de hoje que grupos privatistas tentam vender a empresa e suas subsidiárias.
O Sindieletro-MG e a categoria já conseguiram barrar duas tentativas de privatização da estatal. Em 2001, o Sindicato conseguiu, com grande mobilização da categoria e da sociedade, e junto com o então governador, Itamar Franco, e deputados e deputadas aliados, reverter a venda de ações da Cemig aos sócios estratégicos norte americanos. A PEC 50 foi aprovada na ALMG como dispositivo de defesa das empresas estatais de gás, saneamento e setor elétrico.
Em 2014, trabalhadores da Gasmig denunciaram a movimentação na ALMG em torno da PEC 68, que tentava passar por cima da PEC 50, permitindo transferência de ações das empresas de administração indireta para a iniciativa privada. Mais uma vez o Sindieletro e os trabalhadores se organizaram e, com muita luta, conseguiram engavetar a PEC.
Contra a privatização das hidrelétricas São Simão, Jaguara, Miranda e Volta Grande, o Sindieletro puxou uma luta articulada com movimentos sociais e com sindicatos, deputados e deputadas.
O coordenador geral do Sindieletro, Jefferson Silva, reconhece que o momento exige mais mobilização da categoria e espera o apoio da sociedade uma vez que a privatização da empresa ameaça a qualidade dos serviços prestados à população,a segurança do sistema elétrico com reflexos até nas tarifas praticadas em Minas. “Mas somos capazes de grande resistência e teremos mais uma vez apoio de vários setores da sociedade”, acredita.
Experiência testada
A onda de privatizações, na década de 1990, prometia melhorias e a modernização em diversos setores no Brasil, além de alívio na dívida pública, avanços que nunca se concretizaram- o que comprova a ineficiência das desestatizações.
Um exemplo da aventura privatista nos país é a área de telefonia. Completamente privatizado, hoje o setor é campeão em reclamações nos órgãos de fiscalização e regulação, pratica altas tarifas, serviço e tecnologia de péssima qualidade, gerando empregos precarizados, em sua maioria através de terceirização.
Pesquisa feita por 11 organizações europeias, desde o ano 2000 até hoje, mostra como pode ser danoso privatizar setores estratégicos como água e energia. No período foram remunicipalizadas 265 empresas de saneamento básico em países da Europa e outros continentes. Uma das autoras da pesquisa, Satoko Kishimoto, afirma as privatizações do saneamento estão sendo revertidas pelos problemas reincidentes, em função de tarifas altas, serviços ineficientes e poucos investimentos.
Outras informações para imprensa: Sindieletro: (31) 3238.5000 e Jefferson Silva, coordenador geral (31)98402-9965