Trabalhadoras e trabalhadores em educação continuam em greve pelo piso
A categoria também aprovou atividades de mobilização para a derrubada dos vetos do governador Romeu Zema ao PL 3.568/2022
Publicado: 06 Abril, 2022 - 22h29 | Última modificação: 06 Abril, 2022 - 22h41
Escrito por: Rogério Hilário, com informações do Sind-UTE/MG | Editado por: Rogério Hilário
Continua a greve por tempo indeterminado na Rede Estadual de Educação de Minas Gerais. Essa foi a decisão aprovada na Assembleia Estadual de Greve realizada pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE/MG), na tarde desta quarta-feira, 6 de abril, em Belo Horizonte.
A categoria, que está em greve desde o dia 9 de março e já completa 29 dias de movimento, cobra do governo Zema a aplicação dos reajustes do Piso Salarial Profissional Nacional.
A direção do Sind-UTE/MG destaca que o governo Zema não negocia e, após judicializar a greve, se retirou do processo de mediação feito pelo Tribunal de Justiça.
Na parte da tarde desta quarta-feira, a direção do Sindicato esteve em audiência de conciliação no Tribunal de Justiça, após o governo entrar com um pedido de bloqueio das contas do Sindicato e a majoração da multa. A reunião terminou sem acordo.
Confira o calendário de lutas aprovado:
– 7 a 12/4: Vigília na porta da ALMG pela derrubada dos vetos do governador ao PL 3.568/2022 e caça ao governador em todas as regiões de Minas
– 8/4: Ato em frente à Localiza e contra a renúncia fiscal bilionária em Minas Gerais
– 12/4: Nova Assembleia Estadual de Greve
– 13/4: Ato Inter-religioso de Páscoa no estado pela derrubada dos vetos
#DerrubaOsVetosALMG – Vigília na porta da ALMG pela derrubada dos vetos do governador ao PL 3.568/2022
A categoria também aprovou atividades de mobilização da categoria para a derrubada dos vetos do governador ao PL 3.568/2022, os quais retiram do projeto de lei as emendas que resguardam a aplicação do reajuste do Piso Salarial referente ao ano de 2022 (33,24%) e a anistia da greve.
Na manhã desta quarta-feira, inclusive, a categoria realizou uma vigília na porta da Assembleia para dialogar e cobrar dos deputados e das deputas estaduais a derrubada dos vetos do governador. Estão previstas reuniões no Plenário da Casa, a partir do próximo dia 7/4/2022, que podem votar pela derrubada dos vetos.
O Piso é Lei
O Piso Salarial é um direito garantido pela Lei Federal 11.738/08 e pela Constituição do Estado, por meio do artigo 201A, e pela Lei 21.710/2015, que assegura o pagamento do Piso integralmente na jornada de 24h semanais.
Na Constituição do Estado, é garantida a aplicação não só para o Magistério, mas para todas as carreiras da Educação: Professores da Educação Básica (PEB), Especialistas da Educação Básica (EEB), Analistas Educacionais (ANE), Analistas de Educação Básica (AEB), Analistas Educacional (ANE – Função de Inspeção Escolar), Assistentes de Educação (ASE), Assistentes Técnicos de Educação Básica (ATB), Técnicos da Educação (TDE) e Auxiliares de Serviços da Educação Básica (ASB).
Moções de apoio à greve da Rede estadual de Educação
Abaixo você confere a lista de cidades que já publicaram, por meio das Câmaras Municipais, Moções de Apoio à greve na Rede Estadual de Educação.
– Virgolândia
– Chapada Gaúcha
– Lassance
– Galileia
– Brasilândia de Minas
– Riachinho
– Aricanduva
– Divino das Laranjeiras
– Cataguases
– Campo Belo
– Jaíba
– Verdelândia
– Itajubá
– Divino
– Santa Maria do Suaçuí
– São Francisco de Paula
– Várzea da Palma
– Perdizes
-Lambari
– Itaúna
– Divinópolis
– Uberlândia
– Capitão Enéas
– São João Evangelista
– Itapecerica
– Passos
– Paulistas
– Coluna
– São João do Manhuaçu
– Malacacheta
– Ubaí
– Passos
– Entre Rios de Minas
Moção de Repúdio ao governo Zema
– Congonhas
– Arcos
Solidariedade de classe:
Durante a Assembleia Estadual de Greve, várias lideranças parlamentares, sociais, estudantis e sindicais manifestaram apoio à greve deflagrada pela categoria na Rede Estadual de Educação.
Foram representadas as seguintes entidades: CNTE, Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG),, movimento estudantil da UFMG, Intersindical, Faísca Revolucionária, CSP Conlutas, Sindipetro-MG, Sind-Rede BH, Unidade Classista, Adunimontes, Aduemg, MAB, Sindágua-MG, Sindifes, Sind-Saúde/MG, Fepemg, AMIE, APUBH, Sintect-MG, Confederação Nacional dos Vigilantes, ADPER-MG, AMES/BH, Sindicato dos Bancários de BH e Região, Sindibel, Educafro/MG, Levante Popular da Juventude, comunidade escolar da Rede Estadual, Movimento Mães pela Vacina e o Coletivo Minervino de Oliveira.
Também manifestaram apoio a deputada estadual e presidenta da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa, Beatriz Cerqueira, o deputado estadual Professor Cleiton, e os deputados federais Rogério Correia e Padre João.
Do interior do Estado, estiveram presentes com o apoio os vereadores de Malacacheta, Julmar Adilson Ferreira e Denejando Nascimento, lembrando que a Câmara Municipal apoia documentalmente a greve. Também apoiam nosso movimento o vereador em Senador Firmino, Professor Celsinho, a vereadora em Turmalina, Junea Maria Castro, o vereador em São José do Jacuri, Erisson de Castro.
Após a realização da Assembleia, a categoria realizou uma manifestação até o centro de Belo Horizonte. A marcha, que teve início na Assembleia Legislativa (ALMG), terminou na Praça Sete.
“A greve de vocês cresce a cada dia. Seja sob o sol ou chuva, a assembleia está sendo lotada. O veto de Romeu Zema já era esperado. Ele é um covarde. Mostramos que este não é o modelo de gestão que interessa para a população mineira. E a educação está sendo fundamental para furar a bolha, levar isso a toda a sociedade. Tenho uma certeza: os deputados vão derrubar o veto. Zema esconde as contas públicas e está dando um calote na educação. A educação está no Estado inteiro. Sexta-feira, o caloteiro vai a Araçuaí. E vamos dar as boas-vindas a ele lá. Divulgaremos sempre a agenda dele, para que seja caçado por educadoras, educadores e os servidores públicos. Não vamos deixar o Zema em paz e, em outubro, vamos dar um pontapé no Zema. Parabéns. A vitória da educação vai ser de toda a classe trabalhadora”, afirmou o presidente da CUT/MG, Jairo Nogueira.
“Quando comecei a participar do movimento sindical, quem me ensinou foi vocês, trabalhadoras e trabalhadores na educação, com o Quem Luta Educa. Esta greve é legítima e fundamental para a classe trabalhadora. Vejam só: foram 20 reuniões de negociação e o Zema, um Bolsonaro de sapatênis, sequer respeitou a lei, as Constituições brasileira e do Estado. Devemos pressionar esta Casa, que tem que derrubar o veto do governador de qualquer maneira”, disse o coordenador-geral do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro/MG), Alexandre Finamori França Baptista.
“Nós, das empresas públicas como os Correios, somos atacados pelo genocida assim como vocês da educação por Romeu Zema. Os dois priorizam o sucateamento dos serviços públicos, para a privatização, e a retirada de direitos de trabalhadoras e trabalhadores das estatais, de servidoras e servidores do Estado. Vamos conversar com a juventude para que tire o título de eleitor e nos ajudar a tirar o Zema e o Bolsonaro. Temos que nos livrar deles, ensinando nossos jovens a votar. Um forte abraço para todas, todos e todes”, disse Luciana Paula de Jesus Vilarino, diretoria do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Correios, Telégrafos e Similares de Minas Gerais (Sintect/MG).
“Trazemos a nossa solidariedade para trabalhadoras e trabalhadores da educação. Vivemos um momento histórico em que quatro categorias estão em greve, por causa de ataques de Zema e do genocida à classe trabalhadora. Educadoras e educadores realizam mais um movimento histórico e esta Casa tem que derrubar o veto do governador caloteiro. Estamos unidos para derrubar o veto já, o governo caloteiro e o governo genocida em outubro”, assegurou Sebastião Maria, diretor do Sindicato dos Bancários de BH e Região e secretário de Administração e Finanças da CUT/MG.
“Sou dirigente do Sindibel e trabalhadora da saúde. Somos uma entidade filiada à CUT e trazemos um grande apoio à greve da educação. Parabenizamos a categoria pelo movimento. A revolução começa na sala de aula e é lamentável que os governos não valorizem educadoras e educadores. Zema, pague o piso, que é lei. Fora Zema, fora Bolsonaro”, afirmou Hilda Alexandrino, dirigente do Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos de Belo Horizonte (Sindibel).
“Lutadoras e lutadores do povo mineiro, vocês são heróis da resistência. Zema fez uma grande besteira, pois não sabe da importância que vocês conseguiram com muita luta, mostrando para a população o que é esse governo. Zema é que está se desgastando com sua intransigência, pois o piso é lei. Para os movimentos populares estão juntos no apoio à greve. Vocês são um exemplo de luta e de muita organização”, disse Soniamara Maranho, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
“Esta greve é de todos os trabalhadores de Minas Gerais. Sem a educação não tem desenvolvimento, investimento ou crescimento. Em 2016, deram um golpe que tinha, entre seus objetivos, atacar a classe trabalhadora. Fizeram a reforma trabalhista, a reforma da Previdência. Um xeque-mate nos trabalhadores. Mas nós resistimos e lutamos. E, contra tudo, fizemos lutas vitoriosas. O governo federal impôs uma política de mais desemprego, de retirada de direitos, de miséria e fome. Em Minas Gerais, Zema deu calote na Copanor, na educação, na saúde, na segurança pública. Mas, nós da Copasa, seguimos unidos. E unidos com educadoras e educadores, sairemos vitoriosos. Zema, pague o piso”, falou Eduardo Pereira de Oliveira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgotos do Estado de Minas Gerais (Sindágua/MG).
“Nenhum trabalhador ganha nada se não for na luta. Por isso trouxemos a nossa solidariedade à greve. Nós, servidoras e servidores federais, enfrentamos o governo federal e estamos há cinco anos sem recomposição salarial. Profissionais da educação estão sendo perseguidos por todos os governos, sejam municipais, estaduais ou federal. Fora Zema, fora Bolsonaro”, disse Cristina del Papa, da Coordenação Geral do Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições Federais de Ensino (Sindifes).
“Demonstramos para a sociedade o que o governo Romeu Zema quer para a saúde. Querem destruir a saúde, sucateando e privatizando hospitais. Sequer investiu na produção de vacinas, mesmo com a pandemia de Covid-19. Não está nem aí para os trabalhadores da saúde, da educação, da segurança pública. Zema prefere ser generoso com as grandes empresas, com renúncias fiscais. Só essas isenções pagariam em dobro as emendas vetadas. Nós vamos dizer de hoje até outubro: fora Zema, fora Bolsonaro”, afirmou Dehonara de Almeida Silveira, do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde (Sind-Saúde/MG).