Vale aumenta o ritmo de produção Das cinco minas que tiveram a produção suspensa, apenas uma ainda p

BRUNO PORTO

A recuperação das exportações de minério de ferro provocou o aumento no ritmo de produção da Vale S/A. Das cinco minas da empresa que tiveram a produção totalmente suspensa devido a redução da demanda, apenas uma ainda permanece inativa.

Em reunião realizada ontem com o Sindicato Metabase de Mariana, a companhia comunicou que a mina de Água Limpa, situada em Rio Piracicaba, na região Central do Estado, vai retomar parcialmente as atividades esta semana.

As informações são do presidente da entidade, José Horta Mafra Costa e não foram confirmadas pela assessoria de imprensa da mineradora. A produção estava 100% paralisada desde março, quando os trabalhadores foram remanejados para outras unidades.

Antes da interrupção, as operações em Água Limpa ocorriam em 3 turnos e demandavam mão-de-obra de aproximadamente 400 empregados. Segundo Costa, a produção em um turno deverá exigir o trabalho de cerca de 115 trabalhadores. No entanto, mesmo com a volta da extração na lavra, não haverá contratações.

As exportações do insumo siderúrgico apresentou fortes sinais de retomada em junho, conforme revelou os dados do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Na comparação com o mês anterior, o volume embarcado cresceu cerca de 44%, saindo de 8,218 milhões de toneladas em maio e atingindo 11,912 milhões de toneladas em junho.

No acumulado do primeiro semestre, porém, o volume de minério comercializado no mercado internacional ainda registrou queda. Nos seis primeiros meses do ano passado as vendas externas superaram 75,309 milhões de toneladas, contra 64,454 milhões de toneladas no mesmo intervalo deste ano, recuo de 14,4%.

Expansão - A Vale também deverá intensificar a produção na mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais, na região Central de Minas. Em edital publicado na edição de ontem do jornal oficial do Estado - "Minas Gerais" - a empresa tornou público que obteve junto ao Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam), a Licença de Operação para ampliação da cava da mina.

Conforme informou a empresa, via assessoria de imprensa, a concessão da licença está ligada as declarações do presidente da companhia, Roger Agnelli, no dia 7 de julho. Na ocasião, ele informou que a mineradora voltaria a operar na mina de Gongo Soco e na pelotizadora situada na Arcelor Mittal Tubarão, antiga Companhia Siderúrgica Tubarão (CST), em Vitória, no Espírito Santo.

A mina ficou com as atividades suspensas de outubro a julho, mas já opera normalmente em três turnos. Segundo o presidente do sindicato de Mariana, antes da interrupção das atividades, a mina exigia o trabalho de 800 empregados. Depois da suspensão da produção, 400 foram remanejados para as minas de Alegria e Brucutu e o restante havia ficado responsável pelos serviços de manutenção e limpeza em Gongo Soco.

Em virtude da crise financeira, que promoveu acentuada queda na demanda por minério de ferro, a Vale paralisou temporariamente toda a produção além de Gongo Soco, em Andrade (Bela Vista de Minas), Água Limpa (Rio Piracicaba), Fazendão (Mariana) e Mina de Fábrica (Congonhas). Em Brucutu (São Gonçalo do Rio Abaixo) e Feijão (Brumadinho) houve redução no nível de produção. Com o gradual reaquecimento do mercado apenas na mina de Andrade a produção permanece suspensa.

Fonte: Diário do Comércio